COMO UM DIAGNÓSTICO DE TDAH AFETA A AUTOESTIMA?
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- 74.ATENÇÃO: O APLICATIVO FOCUS VAI MUDAR!
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- 77.PESO AO NASCIMENTO E A SAÚDE MENTAL NO FUTURO
- 78.ATENÇÃO: O APLICATIVO FOCUS MUDOU
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Para a maioria dos adultos e muitos adolescentes saber que o TDAH é a raiz de suas lutas é um alívio. É o que diz a psicóloga e autora Sharon Saline, PsyD, após os 30 anos de trabalho com crianças e adultos com TDAH. Para as crianças, a reação é outra: elas não querem ser diferentes dos amigos. O conceito de um distúrbio de função executiva muitas vezes é complexo demais para elas entenderem.
“Eu acho que muitos adultos se sentem aliviados quando recebem um diagnóstico de TDAH”, diz Saline. “Isto coloca um nome nessas diversas experiências que eles vivem. Mostra uma razão para o que está acontecendo. Eles não são verdadeiramente loucos, preguiçosos, tolos ou ineficientes. Eles têm algo diferente na sua neurobiologia que contribui para as dificuldades que tiveram em viver vidas eficazes e recompensadoras ”.
As crianças, no entanto, ainda estão desenvolvendo as experiências que irão utilizar quando adultas, diz ela, e isso faz com que seu conceito sobre o que significa ter TDAH seja diferente do ponto de vista de um adulto.
“Crianças ainda não têm capacidade de olhar para si mesmas”, diz ela. “Elas estão no meio dessas lutas e comparando-se ativamente com seus pares. As crianças querem ser como as outras crianças. E quando há um diagnóstico ou um rótulo, elas sentem que há algo errado com elas, principalmente, quando veem outras crianças vivendo mais facilmente do que elas”.
TDAH e a autoestima
As lutas que surgem no crescimento com TDAH podem prejudicar a autoestima de uma pessoa, tornando mais difícil para ela assumir riscos em amizades e relacionamentos, educação, carreira e no trabalho. Sem correr esses riscos, pode haver um movimento limitado ou nenhum movimento para frente.
“Quando você tem uma autoestima saudável, você se sente bem consigo mesmo e se vê como merecedor do respeito dos outros”, segundo os especialistas da Mayo Clinic. “Quando você tem baixa autoestima, você coloca pouco valor em suas opiniões e ideias. Você se preocupa e pensa constantemente que não é bom o suficiente.
A Dra. Saline ajuda seus pacientes jovens a construir sua autoestima, concentrando-se no desenvolvimento de habilidades para ter sucesso com seus sintomas, ao invés de olhar para o TDAH como uma falha pessoal. Ela geralmente evita usar o termo “TDAH” com seus pacientes mais jovens, deixando a decisão para seus pais. Em vez disso, ela pede a eles para inventar um nome para o tipo de cérebro que eles têm.
“Eles criam um nome para o cérebro relacionado ao modo como experimentam o TDAH”, diz ela. “No meu consultório, eu me refiro a ele como chamador de atenção ou cérebro veloz. Nós dizemos: “Você tem um cérebro super criativo. Você tem muitos pensamentos ao mesmo tempo. Vamos chamá-lo de um cérebro de muitas ideias.”
A Dra. Saline diz que muitas vezes os adolescentes sentem algum alívio, mas ainda preocupam-se que o TDAH os separe de seus amigos ou os impeça de alcançar seus objetivos. Ela os ajuda a identificar modelos, como Simone Biles ou Michael Phelps, e outras pessoas que têm TDAH.
“O objetivo é como você pode aceitar o cérebro que você tem e trabalhar com ele”, diz ela.
Construindo a autoestima
As crianças precisam ouvir três comentários positivos ou de apoio para cada comentário negativo ou prejudicial. A Dra. Saline fez sua própria pesquisa informal sobre quantos comentários negativos uma criança ou adolescente recebe, em comparação com os positivos. Sua estimativa: para cada 15 comentários negativos que uma criança com TDAH recebe, há apenas um comentário positivo.
“Se você é uma criança e recebe a mensagem de que está perdendo pontos várias vezes, você internaliza essa voz”, diz ela. “Você pode imaginar o que isso significa para a confiança de alguém.”
Os pais podem fazer muito para neutralizar essa perda de autoestima, diz a Dra. Saline. Ela chama de abordagem dos “5Cs” da parentalidade:
– Auto Controle: Aprenda a administrar primeiro seus próprios sentimentos para poder agir de maneira eficaz e ensinar seu filho a fazer o mesmo.
– Compaixão: Veja seu filho onde ele está, não onde você espera que ele esteja.
– Colaboração: trabalhe junto com seu filho e seu par para encontrar soluções para os desafios diários, em vez de impor suas regras a eles.
– Coerência: Faça o que você diz que vai fazer – frequentemente.
– Celebração: Reconheça o que está funcionando e faça mais isso, dia após dia.
“A celebração é reconhecer e validar os passos positivos que você vê. Quando você reconhece e valida seus sucessos e esforços, você está melhorando sua autoestima. Você está alimentando sua resiliência e autoconfiança. ”
Quando um diagnóstico de TDAH é finalmente feito, a Dra. Saline diz que devemos oferecer a oportunidade de entender melhor o passado e, em seguida, colocar em prática o apoio acadêmico e comportamental que fará a diferença daqui para frente. Criar oportunidades para o sucesso pode ajudar a reconstruir e fortalecer o senso de autoestima de uma criança ou adolescente.
“Uma das coisas mais importantes depois de ter um diagnóstico de TDAH é aprender a como lidar com as habilidades e as emoções”, diz ela.
A autoestima é um processo
Um diagnóstico é apenas o começo do processo para ajudar a fortalecer a autoestima. Ele nos esclarece por que existem as dificuldades e nos dirige para o que pode ser feito para enfrentar esses desafios.
“Os adultos têm que processar anos de vergonha e pesar, e até auto-aversão, que eles internalizaram”, diz a Dra. Saline. “Com crianças, podemos ajudá-las a evitar um pouco disso. Eu gostaria que as pessoas realmente percebessem o que elas gostam em si mesmas. Sinta isso e viva o máximo que puder.”
A Dra. Saline diz que espera que as pessoas com TDAH experimentem seus talentos e pontos fortes junto com seus sintomas de TDAH como parte de um cenário maior – e com um pouco de humor.
“Eu gostaria que eles pudessem dizer:” Sim, assim é como eu sou. Eu sou muito bom nisso, mas eu não sou tão bom naquilo. E é por isso que tenho sistemas personalizados e pessoas que me ajudam “, diz ela.
Fonte:
Artigo adaptado e traduzido do texto publicado no CHADD, ADHD Weekly, em 08 de Agosto, 2019
https://chadd.org/adhd-weekly/how-does-an-adhd-diagnosis-affect-self-esteem/