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O Estudo de Tratamento Multimodal do TDAH (MTA Study) é o maior estudo de tratamento de TDAH já realizado – quase 600 crianças de 7 a 9 anos com TDAH foram aleatoriamente alocadas para uma das quatro intervenções:
1) Tratamento com medicação cuidadosamente monitorado;
2) Terapia comportamental intensiva;
3) Tratamento medicamentoso combinado com terapia comportamental;
4) Tratamento na comunidade (os pais obtiveram o tratamento que desejavam).
Após 14 meses, os resultados indicaram que as crianças que receberam tratamento com medicação cuidadosamente monitorado ou tratamento medicamentoso mais terapia comportamental intensiva apresentaram níveis mais baixos de sintomas de TDAH e funcionamento global um pouco melhor, em comparação àqueles que receberam tratamento comportamental intensivo sozinho ou atendimento comunitário regular.
Dez meses após o tratamento ter terminado, as crianças que receberam tratamento com medicação intensiva – sozinha ou em combinação com terapia comportamental – ainda estavam se saindo melhor do que aquelas que receberam apenas terapia comportamental intensiva ou atendimento comunitário. A magnitude dos benefícios relativos, no entanto, foi reduzida em cerca de 50% em comparação com a avaliação do resultado inicial. E, quando os participantes foram avaliados novamente um ano depois, não foram encontradas diferenças de grupo com base nas atribuições iniciais de tratamento; o mesmo aconteceu quando os participantes foram avaliados novamente vários anos depois, durante a adolescência.
Assim, os benefícios iniciais associados ao tratamento medicamentoso cuidadosamente monitorado evaporaram; isso não é surpreendente, uma vez que muitos participantes pararam de tomar medicação e os cuidados com os quais esse tratamento foi fornecido durante a fase de tratamento do estudo não estavam mais disponíveis.
Os pesquisadores continuaram a acompanhar a amostra anualmente até os 18 anos de idade e, em seguida, com mais espaçamento até os 25 anos. Durante as avaliações anuais, foram obtidas informações sobre os tratamentos recebidos no ano anterior; os participantes foram considerados como tendo recebido tratamento medicamentoso se tivessem tomado o equivalente a pelo menos 10 mg de metilfenidato em pelo menos metade dos dias durante o ano. Com base nesses dados anuais de uso de medicamentos até os 18 anos, foram formados 3 grupos de uso de medicamentos:
a) Consistente, isto é, aqueles que atingiram o limiar mínimo durante cada ano;
b) Inconsistentes, isto é, aqueles que atingiram o limite mínimo em alguns, mas não em todos os anos;
c) Insignificante, ou seja, abaixo do limite mínimo em todos os anos.
Os resultados mais recentes
Na avaliação de seguimento mais recente, quando os participantes tinham 25 anos, foram obtidos sintomas de TDAH auto-relatados e pelos pais. Além disso, os pesquisadores mediram a altura dos participantes. Estes dados foram também obtidos de um grupo de adultos jovens de idade similar e das mesmas comunidades que não tinham sido diagnosticados com TDAH na infância, i.e., sujeitos de comparação.
Consistência no uso de medicação – Apenas 14,3% dos participantes usaram medicação de forma consistente até os 18 anos; lembre-se, isso não reflete o tratamento ideal da medicação, mas apenas um limite mínimo foi atingido a cada ano. Vinte e três por cento não atingiram esse limite em nenhum ano e os 69% restantes estavam no grupo de uso Inconsistente, com o limite atingido em alguns anos, mas não em outros.
Persistência dos sintomas – Em relação aos indivíduos de comparação, os participantes com TDAH mantiveram sintomas de TDAH substancialmente maiores ao longo do tempo, com base na média de seu autorrelato e no relato de seus pais. A magnitude dessa diferença foi grande e indica persistência substancial de sintomas de TDAH na idade adulta jovem. Os sintomas relatados pelos pais foram significativamente maiores do que os sintomas relatados pelos próprios participantes.
Os sintomas de TDAH no início da vida adulta estão relacionados aos padrões de uso de medicamentos durante a adolescência? A resposta clara a essa pergunta foi NÃO. Independentemente de os participantes serem usuários Consistentes, Inconsistentes ou Insignificantes de medicação para TDAH durante a adolescência, os sintomas de TDAH auto-relatados e por seus pais foram bastante semelhantes. Não havia, portanto, nenhuma indicação de que o tratamento medicamentoso consistente ao longo de vários anos tivesse algum impacto persistente.
Existe associação entre uso persistente de medicamentos e altura adulta? Esta associação foi encontrada. Os alunos dos grupos de tratamento de medicamentos consistentes e inconsistentes tinham alturas médias – combinadas entre esses grupos – que eram cerca de 2,5 cm mais baixas do que as do grupo de tratamento insignificante. E os participantes do grupo Consistente eram quase 2,5 cm mais baixos, em média, do que os do grupo Inconsistente, ou seja, quase 5 centímetros mais baixos do que os do grupo Insignificante.
Conclusões
Três conclusões gerais podem ser tiradas deste estudo:
Primeiro: houve substancial persistência de sintomas de TDAH na idade adulta. Embora não signifique que todos os jovens com TDAH continuem a lutar com o TDAH como adultos, esses dados sugerem que essa não é uma condição que a maioria das crianças simplesmente supera. Em vez disso, é provável que seja uma condição crônica que deve ser administrada com eficácia ao longo do tempo. Manter um tratamento efetivo durante muitos anos, embora extremamente desafiador, pode, muitas vezes, ser necessário.
Segundo: embora os benefícios do tratamento medicamentoso nos sintomas de TDAH se dissipem, o impacto na estatura adulta persiste. Tratamento medicamentoso consistente através da adolescência não estava ligado à redução dos sintomas na idade adulta jovem; infelizmente, no entanto, foi associado à redução da estatura adulta. O impacto na altura não foi trivial, com diferenças médias entre os grupos de tratamento medicamentoso Consistente e Insignificante de aproximadamente 5 cm. Uma implicação deste achado é que a redução da dose de medicação, que pode ser feita quando a medicação é combinada com a terapia comportamental, pode ser uma maneira eficaz de mitigar desfechos adversos de altura.
Estes dados também fornecem informações sobre se os adultos que continuaram a tomar medicação estavam se beneficiando disso. As descobertas relatadas aqui destacam que os benefícios permanentes da medicação não devem ser esperados; em vez disso, quaisquer benefícios que esse tratamento proporcione enquanto estiver em curso provavelmente se dissiparão quando ele parar.
Terceiro: mesmo seja tentador concluir que o tratamento com medicação estimulante foi a causa da estatura adulta reduzida, o desenho do estudo não permite completamente documentar esta conclusão. É possível que algum outro fator que tenha contribuído para que alguns participantes tomem a medicação mais consistentemente, por exemplo, sintomas mais graves, também explique a redução da estatura nesse grupo.
Mensagem para levar para casa
No contexto, destas limitações e incertezas, várias mensagens são importantes.
Primeiro, relativamente poucos jovens com TDAH usam medicação consistentemente durante o seu desenvolvimento, embora seja o tratamento que atualmente tem o suporte empírico mais forte para a redução dos sintomas.
Em segundo lugar, muitos com TDAH continuarão a lutar contra os sintomas de TDAH até a idade adulta, embora alguns apresentem reduções significativas nos sintomas centrais ao longo do tempo.
Terceiro, embora a medicação ajude a controlar os sintomas a curto prazo, não é uma cura. Mesmo o tratamento a longo prazo fornecido em ambientes comunitários não parece produzir benefícios persistentes nos sintomas centrais.
Quarto, não sabemos se o tratamento medicamentoso ideal mantido por muitos anos teria um impacto maior. Infelizmente, o estudo necessário para responder a essa pergunta provavelmente nunca será feito.
Finalmente, pais e médicos precisam equilibrar a necessidade de tratamento persistente em algumas crianças com as prováveis consequências da redução da estatura adulta. Se isso é ou não uma preocupação importante, pode depender da altura que uma criança irá alcançar.
Como a redução da estatura provavelmente está ligada à exposição cumulativa à medicação estimulante ao longo do tempo, trabalhar para encontrar a menor dose efetiva é uma boa prática. Em muitos casos, isso pode ser conseguido combinando o tratamento medicamentoso com outras terapias comportamentais e / ou outras abordagens.
Traduzido e adaptado do texto de: Dr. David Rabiner publicado no site do CHADD