ESTUDO REVELA PRIMEIROS RISCOS GENÉTICOS PARA O TDAH
- 1.Vídeo comentado: Dra. Carmita Abdo
- 2.ESTUDO REVELA PRIMEIROS RISCOS GENÉTICOS PARA O TDAH
- 3.Vídeo Case FOCUS: Dr Rohde
- 4.POSSÍVEIS VANTAGENS DO TDAH
- 5.VIDA SEXUAL COM TDAH: o que pode acontecer
- 6.DEPENDÊNCIA DE NICOTINA E TDAH: QUAL A RELAÇÃO?
- 7.APLICATIVO AUMENTA A ADESÃO AO TRATAMENTO E PERMITE MELHOR CONTROLE DOS SINTOMAS DO TDAH, indica estudo
- 8.CAFEÍNA E TDAH: Devo evitar ou tormar?
- 9.MENINAS, MULHERES E TDAH: POR QUE O TRANSTORNO É TÃO DIFERENTE NAS GAROTAS?
- 10.ATENÇÃO: O APLICATIVO FOCUS VAI MUDAR!
- 11.COMO É TER TDAH COM MAIS DE 50 ANOS DE IDADE?
- 12.APONTANDO A DIFERENÇA ENTRE DEMÊNCIA E TDAH EM ADULTOS MAIS VELHOS.
- 13.ASSOCIAÇÕES GENÉTICAS ENTRE PSICOPATOLOGIA NA INFÂNCIA E DEPRESSÃO NA VIDA ADULTA
- 14.ANÁLISE GENÔMICA DO TDAH EM NEANDERTAIS E HUMANOS MODERNOS
- 15.DESCONTINUAR A MEDICAÇÃO DIMINUI LIGEIRAMENTE A QUALIDADE DE VIDA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM TDAH.
- 16.COMO TRABALHAR DE CASA COM TDAH
- 17.VIDEOGAME PARA O TRATAMENTO DO TDAH É APROVADO PELO FDA
- 18.COMO LIDAR COM A IMPULSIVIDADE EM CRIANÇAS E ADULTOS
- 19.RELAÇÃO ENTRE TDAH E DEPRESSÃO NA VIDA ADULTA
- 20.RELAÇÃO ENTRE INSÔNIA E CONSUMO DE ÁLCOOL COM SINTOMAS DE TDAH
- 21.CRIANÇAS COM PROBLEMAS OU ATRASOS NO DESENVOLVIMENTO PODEM TER MAIOR RISCO DE ASMA
- 22.TDAH EM ADULTOS: COMO SABER SE VOCÊ TEM TDAH?
- 23.NOVA MEDICAÇÃO PARA TRATAMENTO DO TDAH EM ESTUDO
- 24.COMO O PACIENTE ADULTO PODE ENFRENTAR O TDAH DURANTE A PANDEMIA
- 25.QUAL O EFEITO NA FUNCIONALIDADE DO USO DE MEDICAMENTOS PARA O TDAH?
- 26.SINTOMAS E SINAIS DE TDAH, PARTE I – HIPERATIVIDADE E IMPULSIVIDADE
- 27.POR QUE VOCÊ PROCRASTINA SEUS COMPROMISSOS?
- 28.COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO DE TDAH?
- 29.FATORES QUE INFLUENCIAM A INICIAÇÃO, IMPLEMENTAÇÃO E DESCONTINUAÇÃO DE MEDICAMENTOS NO TDAH
- 30.TDAH NO ADULTO E ADESÃO AO TRATAMENTO
- 31.DIFERENÇAS CORTICAIS RELACIONADAS À IDADE NO TDAH, TEA E TOC.
- 32.SINTOMAS DO TDAH PARTE II: DESATENÇÃO
- 33.FATORES PSICOLÓGICOS ENVOLVIDOS NA ADESÃO A PISCOFARMACOS
- 34.CARGA DE DOENÇA E CUSTOS MÉDICOS DO DIAGNÓSTICO DE TDAH EM ADULTOS.
- 35.CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA GENÉTICA PARA PACIENTES COM TDAH
- 36.GENÉTICA E AMBIENTE NO TDAH
- 37.DICAS PARA MELHORAR A PRODUTIVIDADE (PARTE 1)
- 38.COMO O TDAH AFETA A SUA VIDA?
- 39.DICAS PARA MELHORAR A PRODUTIVIDADE (PARTE 2)
- 40.COMORBIDADES NO TDAH
- 41.GENÉTICA E AMBIENTE NO TDAH
- 42.TDAH E MANEJO DA RAIVA
- 43.TRATAMENTO DO TDAH: O QUE É PSICOTERAPIA? (Parte 1)
- 44.MEDICAMENTOS NÃO-ESTIMULANTES NO TRATAMENTO DO TDAH E COMO ELES FUNCIONAM:
- 45.TRATAMENTO DO TDAH: O QUE É PSICOTERAPIA? (Parte 2)
- 46.TRATAMENTO DO TDAH: O QUE É MINDFULNESS?
- 47.ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO PARA LIDAR COM OS SINTOMAS DE TDAH
- 48.TRATAMENTO DO TDAH: HIGIENE DO SONO
- 49.TDAH E SONO: QUAL A RELAÇÃO?
- 50.TDAH EM MULHERES
- 51.ESTUDO SUGERE QUE PESSOAS COM TDAH SÃO MAIS PROPENSAS A ADQUIRIR COVID-19
- 52.DIFICULDADES NO TDAH: CÉREBRO E FUNÇÕES EXECUTIVAS
- 53.TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA E TDAH
- 54.TDAH E TRANSTORNO DE ACUMULAÇÃO
- 55.COMO MELHORAR A ADESÃO AO TRATAMENTO DO PACIENTE COM TDAH | Dr. DANIEL SEGENREICH
- 56.NOVO ESTUDO APONTA PARA DIFERENÇAS GENÉTICAS EM PACIENTES AFRO AMERICANOS COM TDAH
- 57.TDAH E COMORBIDADES NO ADULTO | DR. PAULO MATTOS
- 58.FATOS SOBRE O TDAH | DRA. MARIA CONCEIÇÃO DO ROSÁRIO
- 59.PRODUTOS QUÍMICOS DESREGULADORES ENDÓCRINOS E A RELAÇÃO COM SINTOMAS DE TDAH NA ADOLESCÊNCIA
- 60.TDAH NA ESCOLA | PSICOPEDAGOGIA E TDAH #1
- 61.O TDAH É PARCIALMENTE GENÉTICO, PORÉM FATORES AMBIENTAIS EXERCEM INFLUÊNCIA
- 62.O QUE OS PROFESSORES PODEM FAZER QUANDO SUSPEITAM DE TDAH | PSICOPEDAGOGIA E TDAH #2
- 63.TDAH E USO DE SMARTPHONES
- 64.O TDAH AUMENTA O RISCO DE DIABETES INDEPENDENTEMENTE DO IMC
- 65.HABILIDADES DE LEITURA | PSICOPEDAGOGIA E TDAH #3
- 66.HABILIDADES DE ESCRITA | PSICOPEDAGOGIA E TDAH #4
- 67.HABILIDADES DE MATEMÁTICA | PSICOPEDAGOGIA E TDAH #5
Um time global de pesquisadores descobriu o primeiro fator genético de risco associado ao Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), uma desordem complexa que afeta uma média de 1 a cada 20 crianças (1).
A professora Anita Thapar, da Universidade de Cardiff, lidera um grupo de pesquisa de TDAH no Psychiatric Genomics Consortium. Ela explica que “este estudo marca um passo muito importante no começo da compreensão das causas genéticas e biológicas do TDAH”(2).
“As variáveis genéticas de risco relacionadas ao transtorno têm um papel significativo no cérebro e em outros relevantes processos biológicos. O próximo passo é determinar o papel exato destes genes no TDAH para nos ajudar a desenvolver tratamentos melhores, capazes de ajudar as pessoas afetadas pela condição”, aponta Thapar.
A equipe de pesquisadores analisou a informação genética de aproximadamente 20 mil pessoas com TDAH e de 35 mil pessoas sem o transtorno. Foi o maior estudo genético sobre o TDAH realizado até hoje. Os resultados foram recentemente publicados na Nature Genetics.
Dra. Joanna Martin, uma pesquisadora associada do MRC Centre for Neuropsychiatric Genetics and Genomics, da Universidade de Cardiff, explica que os investigadores identificaram 12 regiões genômicas em que indivíduos com TDAH diferiam dos indivíduos sem o transtorno. “Muitas destas regiões estão próximas ou em genes que possuem uma relação conhecida com processos biológicos que envolvem o desenvolvimento da saúde mental”, afirmou Martin.
Os pesquisadores compararam o risco genético para o diagnóstico do TDAH com marcadores genéticos associados aos sintomas de TDAH de quase 20 mil crianças e descobriram uma forte correlação entre os dois, de aproximadamente 97%.
“A correlação entre estas diferentes definições de TDAH sugere que o diagnóstico clínico pode ser o fim de uma distribuição contínua de sintomas na população geral”, afirmou Dra. Martin.
O professor Luis Augusto Rohde, coordenador geral do PRODAH e um dos autores do estudo, salienta que os dados revelados nos dão as pistas iniciais para quais são alguns dos responsáveis por algo que já se sabia há três décadas – a forte transmissão familiar associada a causas genéticas no TDAH.
OS MESMOS GENES AFETAM A IMPULSIVIDADE EM PESSOAS SAUDÁVEIS
No estudo, os pesquisadores descobriram que as mesmas variáveis genéticas que levaram ao diagnóstico do TDAH afetavam a desatenção e a impulsividade na população geral.
“As variáveis de risco estão espalhadas pela população. Quanto mais variáveis você tiver, maior sua tendência de ter sintomas ligados ao TDAH ou até mesmo desenvolver o próprio transtorno”, esclareceu o professor Anders Børglum, da Universidade de Aarhus. Ele foi um dos líderes do estudo.
“Também observamos a sobreposição com outras desordens e traços. Através disso, encontramos uma correlação genética entre TDAH e educação. Isso quer dizer que as variáveis genéticas que aumentam o risco do transtorno também influenciam a performance acadêmica negativamente na população geral”, explica Ditte Demontis, autora do estudo (3).
A pesquisa encontrou correlação entre TDAH e aumento de massa corporal e Diabetes tipo 2, o que significa que as variáveis que aumentam o risco para o TDAH também elevam o risco de obesidade na população.
A colaboração contou com grupos de pesquisa da Europa, da América do Norte e do Sul e da China. Estes grupos são parte do Psychiatric Genomics Consortium (PGC), bem como da Lundbeck Foundation Initiative for Integrative Psychiatric Research (iPSYCH), na Dinamarca.
A professora Anita Thapar celebra: “Este estudo é divisor de águas, porque envolve pacientes do mundo inteiro. Este grande número de amostras estava em falta nos estudos de TDAH e isso significa que nossa compreensão genética do transtorno estava atrasada com relação a desordens físicas e psiquiátricas, como esquizofrenia e depressão. Graças, em parte, à Dinamarca, isso está começando a mudar.”
Thapar ainda acrescenta que cada indivíduo com TDAH que participou desta pesquisa está fazendo diferença real no avanço da compreensão da condição. “Esperamos que este estudo estimule a participação das pessoas e aumente o interesse de outros países no apoio à pesquisa sobre o transtorno”.
Mesmo que estes 12 sinais genômicos identificados no estudo sejam importantes, eles capturam apenas uma pequena parte do risco para o TDAH. Coletivamente, os fatores genéticos comuns eram responsáveis por aproximadamente 22% dos riscos totais do TDAH. O papel de outras fontes de riscos genéticos, como por exemplo mutações genéticas raras e fatores ambientais também precisam ser analisados em estudos futuros.
1 DEMONTIS D, et al. Discovery of the first genome-wide significant risk loci for attention deficit/hyperactivity disorder. Nat Genet. 2018 Nov 26. doi: 10.1038/s41588-018-0269-7. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30478444>. Acesso em: 06 de dezembro de 2018.
2 DISCOVERY OF THE FIRST COMMON GENETIC RISK FACTORS FOR ADHD. SCIENCE DAILY. Disponível em: <https://www.sciencedaily.com/releases/2018/11/181127111020.htm>. Acesso em: 06 de dezembro de 2018.
3 FIRST RISK GENES FOR ADHD DISCOVERED. NEUROSCIENCE NEWS. Disponível em: <https://neurosciencenews.com/adhd-risk-genes-10268>. Acesso em: 06 de dezembro de 2018.